O essencial é invisível aos olhos, e só se pode ver com o coração!

Jorge Miguel Reis Silva – Fac. Engenharia

De repente tudo mudou!

O Covid-19 veio de mansinho e foi-se espalhando com uma subtileza impressionante, quase sem se fazer anunciar. Era preferível em jeito de murro no estômago… pelo menos sentia-se!


A nossa vida mudou!

Muitos de nós, os mais afortunados, pressentimos apenas que o vírus anda “por aí”. Outros, infelizmente, experimentaram-no no corpo e na alma. São aqueles que não tiveram tempo para fugir dele: ou que se infetaram inadvertidamente, ou então que foram infetados por negligência grosseira de alguém. A vida não é sempre e completamente justa: há também aqueles que por inerência das suas funções “deram o peito” ao vírus e estão na primeira linha de combate. São os médicos, enfermeiros, auxiliares, administrativos, em serviço nos Centros de Saúde, Clínicas e Hospitais, esses heróis que lutam em cada segundo pela vida de muita gente. E há todos aqueles que, diariamente, não puderam transformar a sua atividade em teletrabalho e que asseguram o conforto, a segurança e o bem-estar de todos nós. 


A UBI mudou!

As aulas presenciais deram lugar ao Ensino a Distância (EDA), o funcionamento geral passou a serviços mínimos com ênfase no teletrabalho, e os procedimentos habituais tiveram de se adaptar aos condicionalismos do momento. Todos aprendemos muito com este confinamento. Professores e alunos descobriram as virtudes e as limitações do EAD: das plataformas, das ligações e dos equipamentos, mas também da didática do ensino e da aprendizagem.


Mas também foi possível apercebermo-nos de que entre nós ainda persiste um mundo oculto que nestes momentos de maior provação emerge. Talvez seja nestes momentos que se sente o “tal” murro no estômago! Há gente que está em provação de alimentos, de medicamentos, de apoio social. São os que, declarada a pandemia, não tiveram uma retaguarda próxima para onde ir ou a que recorrer. Ou então cuja retaguarda também ela está em provação, sem possibilidade de prestar auxílio. Muito se tem feito para combater, nesta frente, os impactos do vírus. Mas é preciso fazer mais, muito mais. E essa é também a missão de cada um de nós – a de vigilantes atentos aos que nos rodeiam. Está na hora, pois, de estarmos ainda mais atentos aos pequenos sinais dos que nos rodeiam e/ou aqueles com quem nos relacionamos, nos vão deixando. Afinal… “O essencial é invisível aos olhos, e só se pode ver com o coração”!

Share with your friends